sexta-feira, 30 de julho de 2010

É triste que a vida valha tanto. Andei me perguntando se seria possível ela não ser nosso bem mais valioso, mas percebi que ou não tem jeito ou é muita filosofia pra mim. Se pudessemos escolher nascer, ou então ter mais de uma vida... Mas seria necessário um número certo, talvez variável de ressureições... Todo um código que regesse nosso direito de mandar tudo às favas de vez em quando. O suicídio seria um alerta para os outros: "não estou gostando disso aqui!", mas nada além disso. Nada final. Talvez perdesse seu impacto, milhares de suicídios por dia... Por isso o limite de vidas, para não banalizar. Haveria quem vivesse, por exemplo, 7 vezes até os 80 anos. E quem viveria uma vez até os 20 e passaria as outras rapidamente, querendo o fim. Haveria quem ia corrigir seus erros, quem os ia repetir. Outro ponto delicado seria o seguinte: a cada vida se nasce em outro corpo, como um bebê? Ou seu corpo se reergueria das cinzas na idade que você interrompeu sua existência? Haveriam bicentenários, muito sábios e rabugentos. Haveriam filósofos adolescentes, pois quando se conhece a morte deve-se conhecer muito além do que se conhece na vida. Surgiriam novas profissões: psicólogos post-mortem, etc. Novas religiões, talvez muito mais acuradas agora que se saberia para onde vamos. Peço a Deus, portanto, que abra uma emenda constitucional nas Leis. Novos horizontes seriam abertos, novas possibilidades criadas. A economia seria dinamizada e os impactos ambientais reduzidos. Com a desvalorização da Vida, as moedas nacionais ganhariam força, os mercados cresceriam. A criminalidade seria reduzida, a expectativa de vida aumentaria. A pena de morte seria abolida, o câncer e a aids combatidos. É espantoso que quem quer que nos conduza nunca tenha pensado em tamanho investimento no seu meio de produção. Zumbis de todo o mundo, uni-vos!