domingo, 14 de agosto de 2011

O sertão vai virar prédio
E o mar vai virar prédio também.

Salve-se quem puder!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Vende-se semicasa

Em estado semibom, três semiquartos, mobília seminova, rua semitranquila em bairro semiseguro. Vista semiampla. Documentação semiok e impostos semiquitados. Uma semivaga.

Semipreço a acertar.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

será que é pedir demais?
um sorriso
ou um brilho no olhar?

não devo merecer
a vida que quero
a vida dos outros

e a minha
ninguém vai querer
não posso trocar

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Meu pulso, avulso e recluso,
pensa e pulsa sem parar

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

não posso pensar
não posso sentir
não posso amar
não posso partir

estou acorrentado
à consciência
da impotência
do ser humano

e os outros
parecem não ver
e sendo nada
conseguem viver
a minha poesia é minha
e de mais ninguém
se os outros quiserem poesia
que vivam também

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Quero ser engolido pela terra
Digerido pelas almas
Que vagaram antes de mim
Quero entender, quero esquecer
Quero poder ser
Um outro alguém
Quem, não sei
Sei que não o sou
E sei que não vou
Mas mesmo assim,
ainda quero
estar longe de mim

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Me encontrei em ti
E foi aí que me perdi

Talvez eu só te conheça no papel
E por isso me encante
E talvez só te conheça no papel
Por medo de acordar do sonho
- Infante

Porque por enquanto
Do que me aconteceu
És a coisa mais linda
E olha que nem aconteceu
- Ainda.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Que é esse frio?
É medo.
É medo do futuro,
medo do escuro.

Que é esse olhar?
É dúvida.
É querer saber
mas não poder.

Que é esse pulso?
É amar,
e não saber o que.